Superman bissexual: como os pais lidam com essa história

Em novo quadrinho, filho do Superman beija outro homem, e muitos pais se preocupam em como isso pode influenciar as crianças; o educador parental Mauricio Maruo comenta o assunto

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Ilustração dos quadrinhos com Superman e amigo; Superman bissexual: como os pais lidam com isso
Para Mauricio Maruo, pais não podem interferir nas escolhas dos filhos – inclusive, sobre a opção sexual – apenas guiá-los | Foto: Divulgação DC/Comics
Buscador de educadores parentais
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O assunto de hoje é sobre heróis e heroínas, mais especificamente, super-heróis e super-heroínas (aqueles com poderes) e como esse estereótipo pode influenciar a vida dos nossos filhos.

Como o assunto é extenso vou fazer um recorte focando nos heróis da atualidade, estou falando dos super-heróis da Marvel e DC.

Para quem não conhece as duas empresas, a Marvel é detentora dos direitos dos Vingadores, compostos pelo Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, etc.

A DC Comics por sua vez é detentora dos direitos da Liga da Justiça, composta pelo Batman, Mulher Maravilha, Superman, etc.

Esse último por sua vez está em uma polêmica recente, por essa razão resolvi escrever esse texto.

Mas antes vamos a um breve esclarecimento.

Para quem não sabe, além de educador parental também sou artista plástico e ilustrador.

Dos 15 até os meus 30 anos fui colecionador de quadrinhos, estudei o universo dos quadrinhos por muito tempo e posso afirmar que os super-heróis e super-heroínas tem sim influência na vida infantil.

Vamos à polêmica.

O novo Superman, Jon Kent, é filho de Clark Kent e Louis Lane, na HQ “Superman: Son of Kal-El”, ele assume que é bissexual e tem uma relação com seu amigo Jay Nakamura.

Esse assunto mobilizou muita gente na internet e muitos se posicionaram, como foi o caso do jogador de vôlei Maurício Souza. Isso gerou uma onda de manifestações que provocou até um debate na Câmara Municipal de Barueri (SP).

Esse assunto poderia ter passado em branco para mim, já que não vejo necessidade alguma na discussão sobre orientação sexual de ninguém, até mesmo do filho do Superman, mas…, tem sempre um mas.

Em alguns fóruns e grupos de pais e mães, observei muitas pessoas preocupadas em como “essa história” pode influenciar a vida do seu filho homem.

E a resposta é bem simples:

Até o ponto que o seu filho quiser ser influenciado e não o que você quiser.

Aprendi que nós pais somos apenas um guia para nossos filhos e não podemos impedir eles das suas escolhas, inclusive sobre sua orientação sexual.

A única coisa que podemos fazer é orientá-los.

Quer uma grande dica?

Fale abertamente sobre sexualidade com seus filhos, eles têm o direito de saber que homens podem gostar de outros homens e mulheres podem gostar de outras mulheres e isso não faz esses homens ou mulheres pessoas diferentes e nem excluídas.

Oriente seu filho homem que homofobia é algo muito, muito, muito ruim.

Se esse texto por algum motivo te causou algum incômodo, peço desculpa, não foi minha intenção, porém fica uma pequena orientação para quem quer criar filhos emocionalmente saudáveis.

  • Revise seus valores e veja se esses valores são realmente seus ou foram moldados por uma sociedade que ainda é extremamente machista.
  • Se você confia na educação que está dando ao seu filho, então dê algo a ele que muitas pessoas da minha geração não tiveram, estou falando de liberdade de escolha.
  • Saiba ser um bom guia, a orientação verdadeira é apenas mostrar que existem vários caminhos.
  • Saiba ser um bom exemplo e mostre ao seu filho que você não é homofóbico.

Lembrete final:

Homofobia não é opinião, homofobia é crime.

Então não ensine seu filho a ser um criminoso.


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1 COMENTÁRIO

  1. E tem aquela questão: recentemente foi reprisada uma novela que trouxe uma personagem “em conflito de gênero” mas que a mãe a queria como “modelo de revista”, escolhendo como nome “Ivana”! Em nenhum momento foi trazido o conflito da mãe de ter querido uma filha modelo, mas dando nome “feminino” de “Ivan”! Todos nós temos a nossa memória fetal! Sabermos dela e interpretarmos os sinais do nosso corpo são importantíssimos. Minha história foi se ater a tais observações: pela minha mãe toda prole seria de filhas; até hoje a masturbacao não me é “sexualizada” mas quando fico bem ansioso e, na infância naquele momento que o pediatra diz que a criança “vai descobrindo seu corpo”, eu tocava meu pênis “frenético” como repulsa (memória fetal). Paradoxalmente, foi através “dele” que percebi a homossexualidade, porque minha primeira ejaculação e espontânea foi pela atração que as pernas de um colega me despertou! Meu relato é para ser bem conversado: o que é de fato conflito de gênero, o que é atração e até atração fluida que independe da beleza ou porte físico, nem precisa chegar a haver ato sexual, mas carinhos, por exemplo entre amigos/entre amigas!

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