‘Empatia pode ser ensinada às crianças’, diz autora de novo livro sobre o tema

    Helen Riess, professora e autora do livro recém-lancado The Empathy Effect, diz que os pais têm de validar os sentimentos dos filhos, em vez de criticá-los

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    Com informações do jornal The New York Times – É na época de fim de ano que as doações às instituições de caridade aumentam significativamente. Tocadas pelo espírito natalino, muitas pessoas se sentem motivadas a fazer o bem ao próximo. 

    Esse potencial de se preocupar apropriadamente com os outros, ou não, é moldado em grande parte pelas experiências do começo da vida, desde o nascimento até o fim da infância, afirma Helen Riess, professora adjunta de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Harvard, ao jornal americano The New York Times. Ela é autora do livro recém-lançado The Empathy Effect, que explora a neurociência adjacente à preocupação com os outros, oferecendo conselhos sobre como cultivar o sentimento da empatia e aplicá-lo da melhor forma possível.

    Ela realizou uma pesquisa em que constatou que cada pessoa nasce com determinado número de neurônios responsáveis pela participação em respostas empáticas. Mas esse potencial de se preocupar apropriadamente com os outros, ou não, é moldado em grande parte pelas experiências do começo da vida, desde o nascimento até o fim da infância.

    “A empatia é uma característica mutável, pode ser ensinada. Todos nós nascemos com certo dom para ela, mas ele pode ser dramaticamente modificado, dependendo dos fatores ambientais”, em especial, explica Riess.

    A escritora sugere que os pais sejam modelo para os filhos, mostrando-se respeitosos e carinhosos com os outros. Se alguém chega do hospital, os pais podem sugerir ao filho para que juntos levem uma sopa juntos ao recém-chegado, por exemplo.

    Nas escolas e nas creches, em vez de ignorar sentimentos das crianças como a angustia, os professores devem reconhecê-los. O que pode ser feito dando um brinquedo ou uma boneca para confortar uma criança que está chateada ou ferida, exemplifica Riess para o jornal americano.

    Ela destaca livros que abordam a empatia (e que podem ser usados com as crianças) como “I Am Human – A Book of Empathy”, “What’s Wrong with Timmy?” e o seu preferido: “Extraordinário“, que virou filme ano passado.

    A autora também recorda sua infância e diz lembrar de seus pais levando comida antes do Dia de Ação de Graças para pessoas que não tinham quase nada. “As crianças tendem a centrar-se naquilo que não têm –isso as expõe àqueles que têm pouco e lhes dá a sensação de ser doadoras”, afirma ela ao jornal.

    Para crianças mais velhas, Riess propõe que os pais as levem a conhecer um asilo ou as envolvam em ações de doação de sopas para moradores de rua, por exemplo, ajudando a preparar o alimento na cozinha. “Nunca é tarde demais para ensinar uma criança a valorizar os sentimentos dos outros

    Assim como na escola, em casa, é importante que os pais reconheçam as preocupações e sentimentos dos filhos. Se uma criança tem medo de um cachorro, mais que dizer a ela que não tenha medo dele, vale afirmar algo como: ‘Você tem medo do cachorro? O que te assusta nele?’.

    Da mesma forma, se a criança diz que odeia um amiguinho, em vez de criticá-la por isso, os pais podem perguntar o que a faz se sentir assim. ‘Explore o que está por trás desses sentimentos, o pano de fundo da história, relata Riess, explicando que isso valida os sentimentos difíceis da criança, em vez de negá-los.

    A preocupação com o sentimento de outras crianças também é uma forma de praticar a empatia. Se uma criança quebra o brinquedo de outra, em vez de dizer: “Por que você fez isso? Isso foi feio”, Riess sugere afirmar: “Sara está triste porque você quebrou o brinquedo dela. O que a gente pode fazer para deixá-la menos triste?”, dando, assim, espaço para um pedido de desculpas.

    Riess disse ainda que os pais não devem ser intolerantes a “um segundo de infelicidade na vida do filho“, para que tal empatia equivocada não prive a criança de desenvolver fibra, perseverança e resiliência, que são essenciais para o desenvolvimento de uma vida bem-sucedida.

    Por fim, para crianças muito jovens, bichos de pelúcia ou fantoches podem ser usados para ajudar a simular diferentes histórias, sugeriu Riess em entrevista ao periódico americano.

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