O afeto é uma das forças mais poderosas no desenvolvimento das crianças. Gestos simples, como um elogio sincero, um abraço, ou palavras de incentivo têm um impacto profundo na autoestima e no aprendizado. Comprovado por diversos estudos, o carinho e o apoio dos pais e educadores são fundamentais para o bem-estar emocional e a capacidade de aprendizado da criança, especialmente nos primeiros anos de vida.
Segundo David Santos, pedagogo especializado em educação infantil, o afeto não é apenas uma demonstração de carinho, mas uma ferramenta essencial para o crescimento e a formação de uma base sólida para o futuro da criança: quando uma criança se sente amada e valorizada, ela se torna mais segura, confiante e motivada para enfrentar os desafios da vida, seja no ambiente escolar ou no relacionamento com familiares e amigos”, explica David.
Estudos comprovam que o afeto desempenha um papel crucial na formação da autoestima das crianças. De acordo com a American Psychological Association (APA), crianças que recebem apoio emocional consistente têm mais chances de desenvolver uma autoestima saudável, o que contribui para um melhor desempenho escolar e para relacionamentos interpessoais mais equilibrados.
“Quando os pais e educadores oferecem afeto, seja por meio de palavras de incentivo, gestos de carinho ou expressões de orgulho pelas conquistas, as crianças se sentem valorizadas e aprendem a confiar nas suas próprias habilidades. Isso reflete diretamente em sua autoestima e nos desafios escolares”, afirma David.
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Afeto e aprendizado: a conexão entre emoção e cognição nas crianças
A relação entre afeto e aprendizado vai além do emocional. A neurociência, por exemplo, tem mostrado que, quando uma criança se sente segura e emocionalmente conectada, seu cérebro está mais preparado para aprender.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Neuroscience (2019), crianças que têm experiências de afeto positivo, têm um desenvolvimento cognitivo mais robusto, além de melhor desempenho em tarefas escolares e sociais. “O afeto cria um ambiente emocionalmente seguro, facilitando a concentração, a criatividade e a resolução de problemas. Isso é fundamental para o aprendizado de qualquer criança”, explica o pedagogo.
Gestos simples do cotidiano podem fazer toda a diferença na formação emocional da criança. David destaca o papel dos pais, afirmando que o afeto não precisa ser grandioso ou complicado: “às vezes, um simples ‘eu te amo’, um elogio sincero ou passar tempo de qualidade juntos pode ser transformador para a criança. O mais importante é que a criança sinta que está sendo vista, ouvida e compreendida”, afirma.
Alguns gestos que podem ser incorporados no dia a dia incluem:
- Ouvir atentamente: prestar atenção nas necessidades e sentimentos da criança.
- Elogiar o esforço e não só o resultado: reforçar a importância do esforço e da perseverança, e não apenas a vitória.
- Criar momentos de conexão emocional: reservar tempo para atividades que promovam a união, como brincadeiras, leituras ou simples conversas.
A presença de afeto e apoio emocional é ainda mais vital na primeira infância. A Unicef destacou que as experiências nos primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento cerebral das crianças, sendo crucial para criar conexões neurais que impactam diretamente o aprendizado, a saúde emocional e as habilidades cognitivas da criança.
O papel dos pais e educadores na promoção do afeto
Para David, tanto pais quanto educadores, desempenham papéis complementares na criação de um ambiente afetivo que favoreça o desenvolvimento infantil. “Pais, avós, tios, professores – todos têm o poder de proporcionar esse ambiente de afeto, que não é apenas sobre dar amor, mas sobre estar presente e atento às necessidades emocionais da criança”, afirma.
O impacto do afeto no desenvolvimento infantil é inegável e pode determinar o sucesso futuro das crianças, tanto no campo emocional, quanto acadêmico. Por isso, investir em gestos de carinho diários não é apenas um ato de amor, mas uma forma de investir no futuro saudável e equilibrado de cada criança.
