A educação positiva busca estimular o protagonismo e a autonomia das crianças, visando promover um desenvolvimento emocional e cognitivo saudável. Em contraponto a uma educação rígida e práticas violentas de criação dos filhos, essa abordagem incentiva os pequenos a ganharem confiança, explorando o ambiente em que vivem, o que não significa que inexistam regras e limites.
“As grandes tendências na educação nos trazem as crianças, desde muito pequenas, como seres potentes e protagonistas de suas aprendizagens, o que é um avanço muito importante e respeitoso. Mas os limites, determinados pelos pais, pela sociedade em que vivemos, são regras essenciais de convívio e que devem ser seguidos e aprendidos desde cedo”, explica Ana Paula Detzel, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Santa Maria.
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Ela ressalta que padrões antigos, severos e punitivos não trazem benefícios, sendo mais efetivo a determinação de limites para a segurança da criança e da socialização com a comunidade. A seguir, confira dicas da educadora quanto a como aplicar a educação positiva em casa:
- Enxergue a criança como protagonista: reconhecer que as crianças têm capacidade para assumir papéis e tomar pequenas decisões no dia a dia valoriza sua autonomia e incentiva o desenvolvimento da autoconfiança.
- Estabeleça limites claros: aplique “bordas” bem definidas, ou seja, estabeleça regras claras que auxiliem a criança a entender o que é aceitável e o que não é. Esses limites não devem ser rígidos ou punitivos, mas devem ser consistentes para que a criança se sinta segura.
- Seja um mediador, não um controlador: em vez de controlar cada ação da criança com o clássico: “não”, ofereça orientação para que ela aprenda a fazer escolhas dentro de limites saudáveis. Isso ajuda no desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão.
- Lembre-se que liberdade não é permissividade: ofereça liberdade com responsabilidade, quando possível. Explique à criança que ela tem espaço para explorar, mas que ainda existem regras a serem seguidas, como tempo, espaço, ou limites em relação a outras crianças, por exemplo.
- Reforce a importância das regras para convivência: ajude a criança a entender que regras e limites não são restrições, mas formas de facilitar a convivência com os outros. Reforce o valor do respeito mútuo nas relações sociais. O famoso: “você gostaria que seu amigo fizesse isso com você? Então não faça com ele”.
- Respeito e empatia em primeiro lugar: demonstrar respeito e empatia nas interações reforça que a criança também aprenda a respeitar o próximo. Modelar esses comportamentos ensina, na prática, como viver de forma harmoniosa em sociedade.
- Trabalhe em parceria com escola: ter comunicação aberta e consistente com a escola ajuda a entender quais são os comportamentos da criança em comunidade e como os limites podem ser aplicados de forma consistente em todos os contextos, assim como os incentivos de autonomia e protagonismo.