Camiseta de “melhor pai do mundo”, caneca, porta-retrato com foto do filho ou… licença-paternidade de 30 dias. No Dia dos Pais, qual será o presente que eles preferem ganhar? Essa brincadeira faz parte da campanha “5 dias é pouco”, promovida pela Coalizão Licença-Paternidade (Copai) para incentivar postagens em que os pais comentam sobre seus presentes preferidos e a importância de estarem com os filhos nos primeiros dias de vida.
A Copai participou do grupo de trabalho responsável pelo projeto de lei 6.216/2023, em andamento, que estabelece um afastamento remunerado de 30 dias para os pais, visando posteriormente aumentar esse período para 60 dias. A coalizão também faz parte da Frente Parlamentar Mista da Licença-Paternidade, que reúne deputados e senadores de partidos diversos com o objetivo de garantir uma licença-paternidade estendida, obrigatória e remunerada.
Pesquisa realizada em julho revelou que 82% dos pais desejam uma licença-paternidade estendida, e para 34% deles, esse período deve ser superior a 21 dias. Somente 11% concordam com os 5 dias atuais de licença-paternidade previstos na Constituição, segundo o estudo Radar da Parentalidade, feito pela consultoria Filhos no Currículo e pelo Talenses Group, em parceria com o Movimento Mulher 360, que ouviu 803 colaboradores de empresas.
“Quando o pai passa alguns meses cuidando de seu recém-nascido de forma ativa, criando assim o vínculo paterno e o hábito, isso aumenta em muito a probabilidade de ele permanecer presente no cuidado do filho ao longo dos anos”, afirmou Camila Bruzzi, presidente da Coalizão, durante reunião de lançamento da frente realizada no Senado Federal, no início de junho.
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Ela destacou que a licença ampliada contribui para o bom desenvolvimento do bebê, estimula a amamentação e reduz a mortalidade de recém-nascidos. Também favorece a autoestima e outras habilidades cognitiva e sócio emocionais, ajudando a reduzir problemas com o uso de drogas, delinquência juvenil, gravidez precoce, evasão escolar e criminalidade.
A medida pode reduzir a sobrecarga da mãe, beneficiando também as empresas, ao ter funcionários mais satisfeitos e com maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, podendo ainda trazer impactos significativos na sociedade e até nos cofres públicos, com a redução de custo em questões como saúde mental e criminalidade, ressalta Camila. “A extensão da licença-paternidade é parte essencial para a construção de uma nova realidade com famílias mais unidas e reduzindo problemas que estão ligados à falta que essa presença faz”.