Da Redação, com informações da Agência Brasil
Carnaval também é sinônimo de diversão para as crianças, que aproveitam os dias de folia para brincar e dançar em bailes e blocos de rua. Os pais, no entanto, devem estar atentos e ter alguns cuidados para garantir que não haja transtornos, como a perda da criança e problemas de saúde.
A primeira orientação é a identificação dos pequenos que vão sair para as festas. “Os pais podem identificar de qualquer forma, com pulseira ou colocar um adesivo colado, ou até escrever no braço da criança. Mesmo as crianças mais velhas podem ficar assustadas e não saber dizer o nome ou o telefone dos pais”, diz a supervisora do Setor de Proteção e Apuração da Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Ana Luiza Muller.
Ela orienta também para que os pais levem uma cópia ou original do documento de identidade dos filhos. Em relação aos adolescentes, os pais devem conversar e orientar os filhos em relação ao consumo de bebidas alcoólicas. “A gente verifica um elevado número de adolescentes consumindo bebidas, o que é um risco”, diz Ana Luiza.
Identificação
Em alguns estados, a Polícia Militar (PM) vai fazer ações de identificação das crianças por meio de carteirinhas ou pulseirinhas, que devem ter o nome da criança e um telefone de contato. A medida ajuda na identificação e na localização da família, caso a criança se perca.
Em Brasília, serão disponibilizadas pulseirinhas na Base Móvel da PM, que estará nos principais blocos de carnaval infantil da cidade, e os pais também podem imprimir uma carteirinha disponível no site da PMDF.
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar e o S.O.S Crianças Desaparecidas promovem ações para alertar os pais sobre a necessidade de reforçar a atenção com crianças e adolescentes durante o carnaval. Os PMs e assistentes sociais vão distribuir mais de 40 mil pulseirinhas de identificação, folders e cartazes com a divulgação dos desaparecidos.
Os pais também devem estar atentos às regras de cada Estado para a participação de crianças em eventos. No Distrito Federal, por exemplo, uma portaria da Vara da Infância e Juventude estabelece que as matinês para crianças e adolescentes devem terminar até as 20h e proíbe a venda de bebidas alcoólicas e cigarros nos locais onde haja bailes infantis. Ainda, segundo a portaria, apenas adolescentes maiores de 16 anos podem estar em trios elétricos ou similares.
Alimentação e saúde
Entre as dicas da organização não governamental (ONG) Criança Segura para garantir a tranquilidade do carnaval infantil está o cuidado com a alimentação, oferecendo comidas leves, e com a hidratação dos pequenos. “Mas, lembre-se: na hora de comer é melhor que a criança esteja parada e calma, para que ela mastigue bem e devagar os alimentos, evitando, assim, engasgamento”, alerta a entidade.
As roupas para pular o carnaval devem ser leves, sem cordões ou botões pequenos, para evitar acidentes, e os sapatos devem ser confortáveis. Outra dica da ONG é tomar cuidado com adereços, como confete, serpentina, espuma, tatuagens temporárias, tinta e glitter, para evitar casos de intoxicação e sufocamento. Os pais devem observar se os produtos são atóxicos e orientar a criança a não colocar confete na boca, enrolar a serpentina no pescoço ou brincar de jogar espuma nos olhos e na boca de outras pessoas.
Denúncias
Uma campanha lançada pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério dos Direitos Humanos, tem como objetivo conscientizar a população a denunciar qualquer situação de violência, especialmente a exploração sexual, o trabalho infantil e o uso de álcool e drogas por crianças e adolescentes no carnaval.
Com o tema “Respeitar, proteger, garantir – todos juntos pelos direitos da criança e do adolescente”, a campanha também busca alertar para o combate à violação de direitos de meninos e meninas em situação de rua e para os riscos de desaparecimento de crianças.
Para fazer denúncia de violações de direitos humanos no país, os contatos são o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e o aplicativo Proteja Brasil.
Veja a seguir 15 dicas para garantir um Carnaval seguro:
1- Identifique as crianças com a carteirinha ou pulseiras que serão distribuídas pela Polícia Militar;
2- Não deixe, em nenhum momento, as crianças sozinhas;
3- Cuide da hidratação e alimentação. Oferecer água sempre, mesmo sem a criança pedir. Água é sempre melhor que suco e refrigerantes. Recomendação do Inmetro: “Ao comprar água mineral na rua, verifique se o lacre da tampa não foi violado ou se apresenta marcas de reutilização.”
4- Levar um lanche de casa e evitar comidas sem conhecer a procedência ou expostas ao calor, pois podem provocar diarreia;
5- Passe protetor solar e repelente na criançada. “O protetor solar é muito importante e pode ser usado a partir dos seis meses, e, mesmo assim, é recomendado evitar a exposição prolongada ao sol em horários de pico. As crianças já são vacinadas contra a febre amarela, mas orientamos o uso do repelente em função da dengue, especialmente aqueles produtos à base de icaridina”, diz a pediatra da Unimed-BH, Andrea Chaimowicz.
6- Use fantasias leves e calçados confortáveis. “As fanatsias devem ser leves, sem exagero nos adereços. A preferência deve ser por tintas ou maquiagens próprias, antialérgicas ou à base de água, evitando as áreas dos olhos e da boca, principalmente nas crianças mais novas. Os fixadores de cabelo também devem ser antialérgicos, pois acabam indo para o couro cabeludo, e, no caso daquelas que têm bronquite ou rinite, a recomendação é evitar a pintura. Assim, é a hora de aproveitar, em blocos infantis, compatíveis com a idade das crianças”, diz a pediatra Andrea.
7- Orientação do Inmetro: “Jamais compre uma fantasia de adulto para uma criança. Nas embalagens dos kits de fantasias infantis, que contêm acessórios, devem estar presentes a indicação sobre a idade ideal do usuário, a composição e, claro, o selo do Inmetro.”
8- Cuidado com os sprays de espuma: “São principalmente irritantes primários e podem causar lesões em mucosas, como olhos, boca e nariz. Não podem ser ingeridos e nem devem ser usados por crianças”, recomenda a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
9- Evite permanecer com suas crianças em grandes aglomerados e tumultos;
10- Evite subir com crianças em trios elétricos;
11– Dica dos especialistas da NUK: O som alto pode prejudicar a audição das crianças, principalmente as mais novinhas. Fique sempre a uma distância considerável das caixas de som. As aglomerações também não fazem bem aos pequenos, podendo assustar.
12- Oriente seu filho a evitar contato, carona, alimento ou presentes de pessoas estranhas;
13– Oriente as crianças a procurar o policial mais próximo caso ela se perca ou precise de ajuda;
14- Evite levar objetos de valor como brincos, colares, relógios, óculos e carteira com muito dinheiro;
15- Evite usar o telefone celular no meio da multidão.