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Pais defendem mais dias de licença-paternidade, indica estudo

A participação dos pais durante o parto e nos cuidados iniciais com o recém-nascido é muito importante para que o bebê cresça de modo saudável. A presença paterna contribui para o desenvolvimento cognitivo e social e ajuda a fortalecer o vínculo com a criança. Porém, por lei, os pais têm apenas cinco dias de licença-paternidade, o que prejudica o contato com os filhos e a divisão de cuidados com a mãe. Não é à toa, portanto, que eles querem mudar essa realidade.
A pesquisa Radar da Parentalidade, realizada em julho, revelou que 82% dos pais desejam uma licença-paternidade estendida, sendo 34% deles superior a 21 dias, 26% superior a 120 dias ou mais (o que seria igualitário para todas as figuras parentais) e 22% de 6 a 22 dias. Somente 11% concordam com os 5 dias atuais de licença-paternidade previstos na Constituição.
Na opinião das mães, 41% afirmam que licenças igualitárias representam o benefício ideal que deveria ser praticado pelas empresas. Já os homens que compartilham dessa opinião representam 26%. Somente 1% das mulheres concorda com a licença-paternidade de cinco dias. O estudo foi feito pela consultoria Filhos no Currículo e pelo Talenses Group, em parceria com o Movimento Mulher 360, e buscou mapear a maturidade parental das empresas pela visão de 803 colaboradores dessas organizações, todas figuras parentais ou à espera de filhos.
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Protagonismo paterno
A pesquisa revelou que, entre os homens, 69% entendem que o oferecimento de uma licença-paternidade estendida seria um fator relevante na decisão de um futuro pai por permanecer ou trocar de emprego.
Para 91% dos pais e 95% das mães entrevistadas, o benefício estendido ajuda o pai a assumir um papel mais protagonista na criação dos filhos, além de colaborar para um equilíbrio entre os gêneros nas atividades familiares.
A licença estendida, para mães e para pais também está entre os top 5 de benefícios decisivos que os fariam buscar por outras oportunidades de mercado, mesmo assumindo que gostam das empresas nas quais trabalham, mas com um ambiente que não favorece a parentalidade.
Os respondentes ainda apontam como comportamentos inaceitáveis que mobilizariam a busca por outras oportunidades de trabalho:
- ‘liderança direta com atitudes discriminatórias com profissionais com filhos’;
- casos de pessoas desligadas no retorno de licença por ter filhos’;
- ‘ausência de segurança psicológica para participar de compromissos’
- ‘desafios pontuais com os filhos’.
Novas habilidades profissionais
‘Paciência’, ‘empatia’ e ‘resiliência’ foram apontadas como as principais habilidades adquiridas por pais e mães após o nascimento dos filhos. Destaque para o crescimento da habilidade de ‘liderança’ em relação a levantamentos anteriores, indicando maior consciência dos entrevistados quanto à relevância da parentalidade como potência em suas carreiras.
Na pesquisa, 48% dos entrevistados entendem que somente ‘às vezes, raramente ou nunca’ tiveram acesso a treinamentos ou materiais relacionados à área em suas organizações, revelando a necessidade de instrumentalização da área de Recursos Humanos com conteúdos relacionados à temática.
Para Vinícius Bretz, especialista em parentalidade da Filhos no Currículo, os dados revelam um avanço na percepção dos colaboradores em relação aos seus direitos e à necessidade de isonomia nas políticas parentais das organizações. No entanto, esses resultados devem ser uma provocação construtiva para a promoção de uma paternidade protagonista nas atitudes e processos corporativos. “Ao não incorporar benefícios que possibilitem a presença do pai no cuidado da criança, por exemplo, elas correm um risco significativo de perder seus talentos homens para organizações mais maduras nessa temática”, destaca.
Canguru News
Desenvolvendo os pais, fortalecemos os filhos.
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