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Incentivar a autonomia dos filhos ou mostrar que você tem razão, qual a sua escolha?

Quando as crianças percebem que nossos conselhos não são em vão, tendemos a querer mostrar que estávamos certos, porém, mais vale investir em uma conversa que gere reflexão e mudança

Mãe aponta dedo para filha que olha para o outro lado
"Eu avisei que tinha que levar um casaco", quem nunca disse isso aos filhos?
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Dos criadores de ‘Eu te avisei’, vem aí: ‘Bem feito’!

A frase estampada no pano de prato à venda na feirinha de artesanato arranca gargalhadas e faz muitas mães e pais vestirem a carapuça. Quem nunca?

Quem nunca avisou o filho para levar casaco porque ia esfriar e o filho não levou?

Quem nunca alertou a filha para guardar o livro da escola dentro da mochila para não esquecer no dia seguinte e a filha esqueceu mesmo assim?

São muitos exemplos e aposto que você lembrou de mais alguns aí. Nessas horas, quem segura a nossa vontade de apontar o dedo para o que não deu certo, apesar dos nossos inúmeros e sábios conselhos? Diante do erro, chega a hora da nossa consagração, o ápice de que tínhamos razão! Ah, quanta felicidade isso nos traz!

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Para nossa surpresa, no entanto, nem precisávamos escancarar que estávamos certos. Na grande maioria das vezes, os filhos já perceberam isso sozinhos. Sentiram na pele o frio naquele dia, tiveram uma anotação do professor por terem esquecido de levar o livro. As consequências foram postas e eles tiveram que lidar com elas.  

Fico pensando que a confirmação de que estamos certos contribui para o ganho de autonomia e construção da autoestima dos nossos filhos. Mas será que ela ajuda a melhorar a nossa conexão com eles? Será que precisamos correr esses riscos só para ter razão? Eu penso que não.

Que tal tentar trocar o “Eu te avisei” e o “Bem feito!” por “O que você pensa em fazer diferente da próxima vez?”, “O que você aprendeu com essa experiência?” ou “Que solução você encontrou para resolver esse problema”? A chance de pais e filhos terem uma conversa mais leve e construtiva aumenta muito, além de conhecerem mais como a criança pensa.

É passar a ver o filho como parte da solução e não como parte do problema. É dialogar com maturidade com alguém que pode errar e é capaz de consertar ou de improvisar. É também ver o filho como alguém que tomou uma decisão, que fez uma escolha e é capaz de assumir as consequências dos seus atos. 

É também uma escolha nossa: eu quero incentivar a autonomia ou ter razão?

Desejo boas conversas!

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