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Conversamos com o pai que ouviu a voz da família pela 1ª vez aos 35 anos; leia

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Vídeo do momento em que ele ouve já tem mais de 200 mil visualizações

Por Juliana Sodré

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Reprodução Facebook

“Foi a melhor emoção do mundo para mim, eu não esperava que fosse ouvir daquela forma, a voz da minha mãe, das minhas filhas, da minha esposa e dos meus irmãos, não tenho palavras para descrever o sentimento”. Assim definiu Eduardo Favaro sobre o momento assistido por mais de 200 mil pessoas na internet. Ele e a esposa aceitaram conversar com a Canguru para comentar o episódio que viralizou na internet.

Surdo desde 1 ano e 8 meses em função de uma meningite, aos 35 anos, o educador físico pôde ter a audição de um dos ouvidos reestabelecida após um procedimento médico que emocionou a família paranaense que foi exclusivamente para Brasília para presenciar o resultado do tratamento.

O vídeo foi postado pelo próprio Eduardo para comemorar e agradecer o resultado. “Quando fui crescendo foi surgindo a vontade de ouvir. Como na minha família não havia nenhum surdo, eu queria ouvir como eles. Mesmo depois de várias tentativas em centros especializados em audição e tendo resposta de que não teria possibilidade no meu caso, eu não perdi a esperança. Eu não esperava toda essa repercussão, não estou acostumado”, conta ele, intermediado pela esposa, Fabrícia Favaro, já que ele ainda não consegue conversar pelo telefone.

“Ele realmente não esperava recuperar a audição naquele momento, todos nós nos surpreendemos. Foi emocionante! Principalmente quando a filha mais velha, Eduarda, falou ‘papai’ e ele identificou“, lembra Fabrícia, que também estava presente no momento. Além da companheira e das filhas, quatro irmãos, a mãe de Eduardo e uma sobrinha também estavam no consultório.

Leia a seguir nossa conversa com ele:

Canguru – O que mudou para melhor na sua vida ao ouvir?

Eduardo Favora – Melhorou minha qualidade de vida, acredito que a partir de agora e com as fonoterapias, que terei que fazer por longo prazo, irei melhorar minha comunicação, melhorar a minha própria voz e consequentemente poderei me desenvolver mais profissionalmente.

O que gostou e o que não gostou de ouvir?

EF – Os sons que mais gostei e gosto de ouvir são as vozes e risadas das minhas filhas, a voz da minha esposa, os sons dos passarinhos, algumas músicas, a chuva e um brinde de taças! E os que me incomodaram foram sons muito altos, como exemplo, o som de academias, os sons vindos de vários ambientes ao mesmo tempo, me geraram um certo desconforto, mas sei que com o tempo e com o as terapias vou me acostumar rapidamente.

Você estranhou alguma coisa ao passar a ouvir?

EF –  O que sinto de “estranho” é o som chegando ao meu cérebro. Para dormir, preciso tirar o aparelho, mas estou levantando bem mais cedo, parece que meu cérebro está pedindo para eu colocar o aparelho de volta. É engraçado e estranho ao mesmo tempo.

Sobre o tratamento

O procedimento foi realizado em Brasília, no Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia, pelo médico Fayez Bahmad, especialista em reabilitação auditiva, através do plano de saúde da família. Tratou-se da ativação de um implante de cóclea – que são pequenos dispositivos eletrônicos – colocados cirurgicamente atrás da orelha e que permitem o processamento de sons e os entregam diretamente no cérebro.

Após o implante, Eduardo continuará recebendo acompanhamento médico da equipe que o atendeu e também contará com auxílio de outras especialidades como fonoaudiólogas. Isso porque é preciso estimular o cérebro com algumas metas terapêuticas para que ele se adapte à nova condição. “A ideia das terapias é permitir que ele use o máximo do novo potencial auditivo”, conta uma das fonoaudiólogas da equipe, Fernanda Caldas.

Assista ao vídeo que emocionou a internet:

 

 

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