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As referências musicais dos meus filhos

De Luan Santana a Bob Marley, Michael Jackson e Sandy Junior, a escritora Sheila Trindade abre o jogo sobre músicos e bandas que fazem sucesso em sua casa

Menina canta no microfone e pai ao fundo toca violão
Sheila Trindade conta de quando começou a apresentar grandes cantores para as crianças
Buscador de educadores parentais

Tudo começou quando Samuel aos quatro anos ficou revoltado com um jogador de futebol pelo motivo errado:

— Eu estou chateado com ele, mamãe. Por que ele foi largar a carreira de cantor para jogar futebol?

Ele havia confundido Luan Santana com o Willian Bigode que jogava naquela época no Cruzeiro, hoje, no Fluminense. É isso mesmo que você ouviu. O referencial de música do meu filho era o Luan Santana. Não há nuggets com miojo que me faça pior mãe do que isso.

Desde então, começamos a apresentar grandes cantores e bandas. Primeiro veio o Bob Marley, todo mundo cantando No Woman No Cry. Achamos uma loja descolada na Savassi que vendia camisetas lindas e eu assisti a uma mulher na rua fazendo sinal da cruz ao vê-lo com a camisa do Bob Marley. Neste mesmo dia, um casal balançou a cabeça em desaprovação.

— Lá vai o casal de marinheiros (pode trocar pelo o que você pensou aí) ensinando desde de cedo o caminho da subversão para o filho – devem ter pensado. A reações das pessoas são as mais diversas e eu confesso, me divertia com isso. Sou mãe de quatro filhos. Julgamento para mim é fichinha. Nem ligo.

Bernardo logo aprendeu a dançar Thriller e Bad do Michael Jackson. Sabia todos os trejeitos do Freddie Mercury e imitava direitinho. Ensinava para os amiguinhos de sala, inclusive. Obviamente, não era muito popular, mas quem liga? Importante é que não escutavam a Galinha Pintadinha e não enlouqueciam seus pais. Nada contra, mas mais um pio dela e eu surtava de vez.

Hoje Samuel tem treze, conhece Phil Collins, Tim Maia, Cazuza, Elton John. Assisti ao meu filho se surpreender com Elis Regina cantando Como nossos Pais e foi incrível. Aos fins de semana assistíamos ao maior show de rock que o mundo já teve: Queen no Live Aid e quem discordar é louco.

Tudo bem, eu confesso, também se tornaram fãs de Sandy e Júnior e agora querem uma nova turnê para irem ao show. Sou bastante eclética. Gosto de tudo um pouco.

Meu marido, por sua vez, paga de rockeiro com Mettalica e Black Sabbath, mas dia desses Luiza me chamou para uma conversa séria:

— Papai está te enganando, mamãe. Ele ouve Lua de Cristal escondido.

E ouve mesmo. Vi no histórico de busca do YouTube. Ninguém é perfeito.

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