Da redação
Uso de bebida alcoólica, alimentos favoritos, prática de bullying, preocupação com a aparência, iniciação sexual. Estes foram alguns dos assuntos abordados pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – Pense 2015 –, divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE. O instituto mapeou o comportamento dos cerca de 2,6 milhões de estudantes que cursavam o 9º ano do ensino fundamental em 2015, englobando a faixa etária dos 13 aos 17 anos, tanto em escolas públicas quanto privadas.
Veja abaixo as principais descobertas do estudo, que podem servir de alerta aos pais e mães da Canguru:
Bullying
Quase 195 mil alunos do 9º ano (7,4%) disseram ter sofrido bullying por parte de colegas de escola nos 30 dias anteriores à pesquisa, sendo que na maior parte do tempo ou sempre se sentiram humilhados pelas provocações. Entre os alunos que se sentiram humilhados alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa, os principais motivos da zombaria foram a aparência do corpo (15,6%) e do rosto (10,9%).
Por outro lado, cerca de 520,9 mil alunos (19,8%) contaram já ter praticado bullying. Dentre os meninos, esse percentual foi de 24,2% e, entre as meninas, 15,6%.
São os meninos de 13 a 15 anos (8,4%) e de 16 e 17 (4,9%) que mais afirmaram se sentir humilhados por provocações de colegas da escola, na maior parte do tempo ou sempre.
Família
Em relação ao contexto familiar dos estudantes, 59,4% moravam com o pai e a mãe e 30,6% moravam só com a mãe, enquanto 4,4% dos escolares moravam só com o pai. Os que não moravam nem com mãe nem com pai totalizaram 5,7%. Para 66,6% dos estudantes, os pais se preocupavam com os seus problemas e preocupações, sendo esse percentual maior para os meninos (70,4%) que para as meninas (62,9%).
Matar aula
O conhecimento dos pais sobre o que os estudantes faziam no tempo livre foi maior entre as meninas (82,1%) em relação aos meninos (78,6%), com média de 80,4%. Já o percentual de estudantes que faltaram aula sem conhecimento dos pais nos últimos 30 dias foi de 23,4%, sendo mais comum nas escolas públicas (25,0%) que nas privadas (13,9%).
Alimentação
Em relação aos hábitos alimentares, em 2015, o consumo semanal igual ou superior a cinco dias de alimentos marcadores de alimentação saudável entre os estudantes atingiu 60,7% para feijão, 37,7% para legumes ou verduras e 32,7% para frutas frescas. Para os alimentos marcadores de alimentação não saudável, os percentuais chegaram a 13,7% para salgados fritos, 41,6% para guloseimas (doces, balas, chocolates etc.), 26,7% para refrigerantes e 31,3% para ultraprocessados salgados (hambúrguer, embutidos etc.).
Obesidade
Cerca de 23,7% dos estudantes entre 13 e 17 anos tinham sobrepeso (15,9%) ou obesidade (7,8%) em 2015, o que correspondia a um total aproximado de 3,1 milhões de jovens. No total da população, 8,3 % dos meninos e 7,3% das meninas foram considerados obesos.
O excesso de peso foi mais frequente para o grupo de escolares com idade entre 13 a 15 anos (25,1%) do que entre aqueles com 16 e 17 anos (21,4%). O excesso de peso ficou mais elevado entre os estudantes de 13 a 17 anos, das escolas privadas (28,4% contra 23,0% nas escolas públicas). O mesmo ocorreu em relação à obesidade, com frequência de 9,3% para adolescentes de escolas privadas e 7,6% de escolas públicas.
Preocupação com a aparência
Enquanto 72,0% do total de estudantes do 9º ano estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o proprio corpo (1,9 milhão), sendo entre os meninos de 77,9% e entre as meninas de 66,6%, 18,3% (481,4 mil) consideravam-se gordos ou muitos gordos. A proporção era maior entre as meninas (21,8% contra 14,6% entre meninos). Entre os estudantes que responderam à pesquisa, 25,6% tinham desejo de emagrecer. Apesar de 21,8% das meninas se considerarem gordas ou muito gordas, o desejo de perder peso atingia 30,3% das estudantes.
Consumo de álcool
De 2012 para 2015, a experimentação precoce de bebida alcoólica subiu de 50,3% para 55,5%. No entanto, houve queda no consumo atual (nos 30 dias anteriores a pesquisa) de bebida alcoólica, passando de 26,1% em 2012 para 23,8% em 2015.
Tanto a experimentação quanto o consumo atual de bebida alcoólica é maior entre as meninas. O indicador de experimentação foi de 56,1% para as meninas e de 54,8% para os meninos, e o consumo atual foi de 25,1% para elas e 22,5% para eles.
Dos escolares, 21,4% relataram já ter sofrido algum episódio de embriaguez na vida, meninos (21,7%) e meninas (21,1%). Considerando só os estudantes que já experimentaram uma dose de bebida alcoólica, a ocorrência de embriaguez foi de 38,5%.
Houve queda na experimentação de cigarro pelos alunos do 9º ano, de 19,6% em 2012 para 18,4% em 2015. O consumo atual de cigarro (nos 30 dias anteriores à pesquisa) foi de 30,5% entre os estudantes que já haviam experimentado (5,6% no total de estudantes), e a principal forma de obtenção foi compra em loja ou botequim (25,8%).
Uso de drogas ilícitas
Houve aumento no percentual de estudantes do 9º ano que já experimentaram drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume, ecstasy etc.), passando de 7,3% em 2012 para 9,0% em 2015. Entre os meninos, essa proporção era de 9,5% e entre as meninas, 8,5%. O uso de drogas foi mais intenso entre os alunos das escolas públicas (9,3%) do que entre os de escolas privadas (6,8%).
O consumo atual de drogas ilícitas (nos 30 dias anteriores à pesquisa) foi relatado por 4,2% dos estudantes, sendo superior entre os meninos (4,7% versus 3,7% das meninas). Quando considerados somente os escolares que já experimentaram drogas, o consumo atual foi de aproximadamente 46,6%.
O consumo atual de maconha foi declarado por 4,1% dos estudantes do 9º ano, sendo maior para os meninos (4,8%) do que para as meninas (3,5%). Considerando os alunos que já usaram drogas ilícitas alguma vez na vida, o consumo atual de maconha foi de 46,1%. Em 2012, esses percentuais eram de 2,5% no total de estudantes e de 34,5% entre os que já haviam experimentado drogas ilícitas.
Ainda considerando os estudantes que já usaram drogas ilícitas, 5,5% declararam o uso de crack alguma vez nos últimos 30 dias, o que corresponde a 0,5% da população de estudantes do 9º ano do ensino fundamental.
Iniciação sexual
O percentual de estudantes que já tiveram iniciação sexual aumenta com a idade, sendo de 27,0% no grupo de 13 a 15 anos e de 54,7% entre os de 16 e 17 anos. Entre os meninos, 34,5% dos estudantes de 13 a 15 anos já haviam tido relação sexual alguma vez, enquanto, entre as meninas neste grupo etário, o percentual era de 19,3%. Da faixa etária de 16 a 17 anos, 59,9% dos garotos já haviam tido relação sexual, enquanto entre as meninas, 49,7%.
Entre os estudantes de 13 a 15 anos que já haviam iniciado a vida sexual, 59,7% usaram preservativo na primeira relação. No grupo de 16 e 17 anos, o percentual foi de 68,2%. Por outro lado, no grupo de 13 a 15 anos, 60,3% usaram preservativo na última relação sexual, enquanto 65,6% no grupo de 16 e 17 anos haviam se protegido.
No que se refere ao uso de método contraceptivo e de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis na última relação, 69,5% dos estudantes entre 16 e 17 anos usaram algum método para se proteger. Os mais jovens foram os que menos se protegeram (59,6%).
CLIQUE AQUI para acessar o estudo completo, com muito mais informações.