Livros infantis servem de espaço simbólico para o trabalho das emoções  

Com a volta às aulas, recursos da arteterapia ajudam alunos a lidar melhor com os desafios

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Crianças leem livro infantil deitadas no chão
Escolha das obras deve considerar faixa etária e necessidades emocionais das crianças
Buscador de educadores parentais
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A adaptação à rotina escolar, após o período de férias, pode se mostrar difícil para muitas crianças, que ficam inseguras e receosas diante das novas demandas acadêmicas, bem como das mudanças de horários, professores e mesmo colegas. 

Para ajudar os alunos nesse período, pais e educadores devem acolher os pequenos de maneira carinhosa e motivadora, de modo a reduzir o estresse e favorecer as conquistas. Um recurso que pode ajudar muito nesse sentido é a leitura de livro infantis.  

“Para os educadores, os contos são valiosos aliados na introdução de valores, no estímulo à criatividade e no desenvolvimento das habilidades socioemocionais e de linguagem. Além disso, contribuem para a construção de um espaço de ensino mais colaborativo e harmonioso para proporcionar um ano letivo mais leve e significativo”, afirma a psicopedagoga e escritora Paula Furtado. 

Já para as crianças, os livros oferecem um espaço simbólico para o trabalho de emoções, como ansiedade e expectativas, além de promover vínculos afetivos e um senso de pertencimento, essenciais para o bem-estar e o sucesso acadêmico, complementa a profissional, que escreveu diversas obras, entre as quais Caraminholas na Cachola e Circuito Aventura, que falam de temas como ansiedade e diferentes tipos de medo. 

“Como psicopedagoga, acredito profundamente no poder dos contos como um recurso terapêutico, pois vejo neles uma ferramenta única para acessar o mundo interno da criança ou adolescente”, diz. Paula acrescenta que contar histórias não é apenas um momento de lazer em família, é uma ponte que conecta emoções, medos, sonhos e aprendizados. “Ao se identificar com os protagonistas, as crianças encontram meios de compreender e expressar sentimentos, muitas vezes, difíceis de nomear.” 

Segundo a especialista, as narrativas trazem arquétipos e símbolos que representam os desafios universais da vida humana, como perda e rejeição. No entanto, o que as torna poderosas é a forma como os personagens enfrentam essas dificuldades, superando-as e encontrando um final vitorioso. 

Ao selecionar histórias para o início do ano letivo, pais e professores devem considerar tanto a faixa etária quanto as necessidades emocionais dos estudantes, orienta Paula. 

Ela destaca que as técnicas de arteterapia, como ilustrações, dramatizações ou criações de novas histórias podem beneficiar as crianças, ao unir a expressão verbal e não verbal, permitindo que o processo de aprendizagem e autoconhecimento aconteça de forma integrada e transformadora. 

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