O termo "Burnout" (síndrome de esgotamento causada por estresse crônico) entrou em 2019 na Classificação Internacional de Doenças feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O foco era o esgotamento com o trabalho.
A pandemia de covid-19, no entanto, escancarou o estresse crônico de mães e pais. Ou seja, lidar com os próprios filhos pode ser um peso difícil demais de carregar em determinados momentos da vida.
A pesquisadora belga Isabelle Roskam estudou 900 pais e mães com burnout parental para construir uma escala diagnóstica. Ela identificou 4 estágios deste estresse crônico.
Pode se se manifestar tanto de forma física, como um cansaço enorme, quanto de forma emocional.
É quando pais exauridos buscam isolamento para tentar preservar a própria energia.
Apesar de amarem seus filhos, a parentalidade perde a graça. Os pais não sentem nenhum prazer com essa função.
Mães ou pais esgotados se sentem incapazes e ineficazes. Consequentemente, eles também sentem culpa, vergonha, sensação de inferioridade, medo e tristeza.
Pesquisadores alertam que pais com burnout parental se sentem aprisionados, sem recursos para aliviar seus papéis. Não é incomum que pensem em planos de fuga ou até mesmo em suicídio.
Outra consequência grave é que pais exauridos podem ser tornar mais violentos e mais negligentes. Violências física e verbal podem ser recorrentes. As evidências empíricas apontam que quanto maior o nível de burnout, maiores são as chances de mães ou pais adotarem estratégias violentas, punitivas e coercivas.
Texto: Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva