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Família com Covid-19: o que dizer às crianças sobre o ‘revival’ da doença

Diante da nova onda que atinge o país, especialistas orientam quanto aos cuidados com a saúde e o emocional das crianças

Mulher sentada, com bebê no colo, segurando um termômetro, com expressão de preocupação
Especialistas explicam a importância do uso de itens de proteção, ainda que toda família esteja contaminada
Buscador de educadores parentais

Muitos alunos estão sem frequentar as aulas presenciais, seja porque contraíram a Covid, seja porque algum familiar pegou o vírus – e, portanto, todo mundo da casa precisa ficar isolado. O cenário lembra o início da pandemia – quando havia muitas pessoas infectadas e o isolamento era obrigatório – mas se deve a uma nova onda da Covid, felizmente, com menos casos graves agora, graças ao avanço da vacinação.

Para quem pegou a doença pela primeira vez ou mesmo já a teve antes, surgem muitas dúvidas sobre o isolamento das crianças, quando é indicado fazer o teste nelas, se devem ser levadas ao médico e quais os protocolos para voltar para a escola. Pensando nisso, a Canguru News entrevistou infectologistas que dão a seguir orientações para famílias em que somente os adultos adoeceram e para aquelas em que todo mundo está com Covid.

A família se contaminou e a criança não

Ainda que o risco de transmissão exista, os cuidados em relação ao uso de máscara, distanciamento e higiene, quando há um ou mais membros da família contaminados, são indispensáveis. 

Os principais cuidados para evitar a propagação do vírus no ambiente com outras pessoas contaminadas são:

 ●     Distanciamento físico: se possível, isolar a pessoa doente em um cômodo ou manter pelo menos 1 metro de distância

●     Uso de máscara: isso vale tanto para a pessoa doente quanto para os familiares

●     Lavagem das mãos: utilize água e sabão ou álcool após qualquer contato com a pessoa doente

●     Ventilação: certifique-se que os espaços compartilhados estejam ventilados e mantenha as janelas abertas

●     Limpeza e/ou higiene: itens como pratos, copos, talheres, lençóis e toalhas devem ser de uso único à pessoa doente. Superfícies também devem ser limpas e desinfetadas diariamente.

Principais sintomas

Um estudo feito por pesquisadores do Reino Unido, ao longo de dois anos, mostrou os principais sintomas que podem aparecer com a infecção por coronavírus para quem já tomou duas ou mais doses da vacina contra Covid. São eles: nariz escorrendo, dor de cabeça, espirros, dor de garganta e tosse persistente. Já para aqueles que não tomaram as doses da vacina, os sintomas são: tosse persistente, febre, nariz escorrendo, dor de garganta e dor de cabeça, informa matéria do jornal O Globo. Dianteo do surgimento de qualquer desses sintomas nas crianças, a orientação é que deixem de ir para a escola, avisando à direção o motivo da ausência.

Teste de Covid

Se alguém da família foi contaminado, as crianças também devem ser testadas. “Quando nós temos a identificação de alguém em casa contaminado, a criança pode sim, e até mesmo deve, ser testada. Vale ressaltar que ainda que se a criança não esteja manifestando sintomas, enquanto ela estiver em contato com familiares que estão transmitindo, ela não deve frequentar a escola. Após o término do período de transmissão dos familiares, tendo ou não os sintomas, o menor deve ser testado, para garantir que não ocorreu a infecção”, afirma o infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo

Quando a criança também está com Covid

“Todas as crianças com algum tipo de desconforto respiratório, que têm uma queda do estado geral ou febre mais alta, devem passar por avaliação em centros de emergência. Quando existem somente os sintomas clássicos das vias aéreas superiores, como tosse simples, espirro e coriza, em que a criança apresenta estado geral bom, não há necessidade de procurar esse serviço. Mesmo assim, nesses casos mais leves, é importante que os menores sejam acompanhados por um pediatra, inclusive para a prescrição de medicação adequada”, enfatiza Marcelo.

Em geral, os sintomas leves podem ser tratados com descanso, ingestão de líquidos, lavagem nasal e alimentação nutritiva. É importante que os pais monitorem os sintomas graves e tomem as devidas precauções para evitar a propagação do vírus. “Diferentemente dos adultos, as crianças não devem ser isoladas sozinhas e devem apenas manter distância dos membros da família com alto risco de doença grave”, completa Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames.

Quando voltar para a escola

“O menor só deve regressar à escola quando estiver completamente recuperado e não apresentar sinais ou sintomas de Covid-19. A Organização Mundial de Saúde recomenda que as pessoas doentes sejam isoladas por 10 dias a partir do início de qualquer sintoma”, explica Aline.

Como lidar com a frustração

A pandemia e as novas ondas do coronavírus fizeram com que diversos planos, aniversários, festas e viagens fossem frustrados, causando certa angústia e tristeza entre os pequenos. Ainda que esta seja uma situação complexa, segundo Eduardo Goldenstein, psicólogo e secretário do Núcleo de Estudos de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a chave é ensinar para as crianças sobre a dimensão da doença e a necessidade da manutenção dos cuidados de saúde. 

“Precisamos ensinar às crianças que, apesar de não ser agradável usar máscaras, ficar em casa e manter distanciamento, neste caso específico, é super importante que aconteça. O importante é explicar que essas medidas não são agradáveis para ninguém, e que, apesar de certa forma serem ruins, elas são necessárias.”

O especialista ainda explica que, ainda que em primeiro momento as crianças se sintam tristes e lamentem muito os planos frustrados, elas têm condições de entender a situação. Ao serem explicadas que as restrições não representam nenhum castigo e são tão decepcionantes para os adultos quanto para os menores, elas se tornam capazes de compreender melhor a circunstância. 

“Uma sugestão muito boa é ajudar a criança a refletir sobre seus próprios sentimentos. Explicar que a situação deixa a criança nervosa/e ou irritada. Quando os pais refletem os sentimentos de seus filhos, eles fazem com que a criança se sinta verdadeiramente compreendida e reconhecida, afinal elas sentem que os pais entenderam o que elas sentem, de maneira a conseguirem lidar melhor com isso”, completa Eduardo. 


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